Sarah Caires


segunda-feira, 30 de abril de 2012

sábado, 28 de abril de 2012

Mozart

"Uma simples linha melódica desenha o contorno da alma tomada, ao mesmo tempo, pela angústia e pelo desejo; ela fala muito mais do que esse diálogo insignificante, o qual consegue banhar numa luz pertubadora."

 A Musica Classica, Óperas de Mozart. p.593

domingo, 22 de abril de 2012

Metade

Metade do início, metade do fim.
Meia-noite, meio-dia.
Metade da noite, metade do dia.
Metade do espetáculo, metade da avenida.
Metade é copo meio cheio.
Metade é copo meio vazio.
Metade do caminho.
Metade do livro.
Metade do tempo corrido.
Metade do tempo que se é preciso.
Metade medo.
Metade coragem.
Se te satisfaz com metade,
Não se quer por inteiro.
A vida e suas metades.
De imensidão só sol, céu e mar
suficiente para tentar alegrar.

sexta-feira, 6 de abril de 2012


Começa o inesperado e você acaba achando que irá se surpreender a cada instante. Há silêncios não ditos que todos entendem. Há respostas curtas de esforço não recompensado, mas vale ao ver a lua que aparece com hora marcada, seu brilho da noite acalma o calor do dia, com seu vento frio de outono. Pena não te ver por traz dessas lentes cansadas de procurar abrigo, que a cada canção inflama o desejo de resposta. Se nota a vida com o simples gesto de se maravilhar, luta incansável essa de extrair todos os detalhes e riquezas de uma cena, devia ser tanto quanto natural, mas esse velho tempo não quer precipitação desse coração forasteiro, que pode fazer tropeçar as pernas sobre o vento. A alma sente, o corpo cansa.