Sarah Caires


quinta-feira, 8 de março de 2012

Onibus

          
       Quanto tempo não pego onibus lotado, é lotado ... Os horarios da faculdade são bem alternativos e o onibus chega a ser agradavel, comparado aos horarios de pico.  E o meu observar fez com que me desse vontade de escrever, e uma narrativa passava em cabeça ao olhar as pessoas. Entrei no onibus e fiquei em pé, na frente de uma senhora de meia idade, que jogava no celular, pensei, puxa me lembro de jogar esses jogos no primeiro celular que ganhei, e de como isso já faz algum tempo, e como nem faço mais isso. Me transportei pro meu ensino médio e como isso fazia parte do meu dia-a-dia, o onibus lotado, a mochila pesada, o barulho do motor, que me fazia aumentar o som do mp3, e com o tempo não me agradava ouvir tais sons juntos, até quando o mp3 quebrou, fiquei sem a minha trilha sonora diária.  A distração ficou a olhar pelas janelas, o mesmo caminho a todas as manhãs. 
        Incrivel como as vezes tenho medo de olhar quem senta ao meu lado, os pensamentos voam longe, quando temos que chegar a um lugar, ou simplismente lembrar de como foi o dia, ou a vontade de chegar logo em casa. Porque parece tão dificil dizer um bom dia, ou boa tarde há quem senta ao seu lado, seguindo o mesmo caminho e descendo em pontos diferentes, simplismente poder dizer: "Hoje ta quente, mas o céu esta lindo". Esse universo é tão individual quando estamos só. Uns com seus fones de ouvidos, outros a olhar pela janela, com sacolas e bolsas na mão.
         Agora o caminho não é tão longo como antes, o peso dos materias ainda exigem dos braços. O tempo passa, e o onibus continua fazendo sua mesma rota, levando aos lugares e transportando histórias que as vezes não são contadas, mas se enxergar com o olhar. 
 
          Ah, já ia me esquecendo, que orgulho nascer no mês da mulher, parabéns a todas nós!