Sarah Caires


segunda-feira, 30 de setembro de 2013

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Ilusão
É a veste que
Faz-te volver
Que me envolve e verte
Afeto e afa.

Rodrigo Amarante

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Desculpa a pressa desse dia, 
é que minha vontade esta escondida, 
no vazio entre o ar e a atmosfera poluída.

quinta-feira, 20 de junho de 2013

segunda-feira, 17 de junho de 2013

O canto o incenso o silencio
e no interior do mais pequeno 
abre-se profundo
a flor do espaço mais imenso

Lemiski

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Volto para casa, e a primeira estrela já aponta no céu. Três araras pousam no monumento alto da universidade, abaixo vejo na grama índios sentados que ergueram acampamento provavelmente aquela tarde, é muita coisa que se passa ali fora. O ônibus vai para o terminal, quando chega lá, volta para o bairro, e eu volto. Nessa volta a noite nasce, volto sempre no mesmo lugar. Primeiro ponto e o motorista esquece de parar para que as pessoas desçam, um grita de lá e outro de cá, o motorista pede desculpa, afinal não dava pra voltar. Uma criança discute que 4+4 é 8 e não dez, nesse instante deixei de observar e voltei-me para mim. Desço do ônibus e algo que não faz sentido, descobri que meu corpo assumiu como dele. Assumiu e não quer mais. Há pichação nova na rua da escola, chego e meu cachorro não veio até o portão.    

sexta-feira, 31 de maio de 2013


Sentindo gosto
apertado da saudade
de quem amanhã chega
trazendo um dentro
e um fora
contemplo
inteiro
completaremos
com demora.


domingo, 3 de março de 2013

Não é que seja medo
Não é que seja dor
Recebo e sinto
Sou corpo, e não sou só.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Soberania

          Naquele dia, no meio do jantar, eu contei que tentara pegar na bunda do vento — mas o rabo do vento escorregava muito e eu não consegui pegar. Eu teria sete anos. A mãe fez um sorriso carinhoso para mim e não disse nada. Meus irmãos deram gaitadas me gozando. O pai ficou preocupado e disse que eu tivera um vareio da imaginação. Mas que esses vareios acabariam com os estudos. E me mandou estudar em livros. Eu vim. E logo li alguns tomos havidos na biblioteca do Colégio. E dei de estudar pra frente. Aprendi a teoria das idéias e da razão pura. Especulei filósofos e até cheguei aos eruditos. Aos homens de grande saber. Achei que os eruditos nas suas altas abstrações se esqueciam das coisas simples da terra. Foi aí que encontrei Einstein (ele mesmo — o Alberto Einstein). Que me ensinou esta frase: A imaginação é mais importante do que o saber. Fiquei alcandorado! E fiz uma brincadeira. Botei um pouco de inocência na erudição. Deu certo. Meu olho começou a ver de novo as pobres coisas do chão mijadas de orvalho. E vi as borboletas. E meditei sobre as borboletas. Vi que elas dominam o mais leve sem precisar de ter motor nenhum no corpo. (Essa engenharia de Deus!) E vi que elas podem pousar nas flores e nas pedras sem magoar as próprias asas. E vi que o homem não tem soberania nem pra ser um bentevi.

 - Manoel de Barros in "Memórias Inventadas - A Terceira Infância, Editora Planeta

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Marcas do tempo

Pela primeira vez visitei uma cidade histórica, minha surpresa foi grande, mas no começo só conseguia pensar nos escravos construindo a cidade, ao mesmo tempo que era lindo tinha seu ladinho angustiante. Pois bem são as marcas do tempo em Pirenópolis - Góias.